Tuesday, May 23, 2006

Como a dona Livia ainda nao se aprendeu a usar as ferramentas do nosso amado blogspot...
Ela me pede e eu posto pra ela. rs.

Pensando sobre idiotices que vi e ouvi...
Pensava sobre sobre Sociedade das Letras Tortas. Como eu gostaria que nossas "tortas" letras, fruto de nosso "torto" pensar, se tornassem "retas". Nossas letras e pensamentos "tortos" visam humanidade: respeito, amor, igualdade, sinceridade, liberdade... E os valores tidos como "puros", pregam o quê? Falta de amor, de respeito, uma falsidade e ignorancia sem fim!
Prefiro continuar assim, Tortinha dos Santos, a "endireitar-me"!!!
E torço para que todo o mundo se "entorte", se "desvirtue". Para que , quem sabe, "minha filha" viva em um lugar onde as pessoas se preocupem em apreciar o pôr-do-sol.
"A ética de que falo é a que se sabe traída e negada nos comportamentos grosseiramente imorais como na perversão hipócritada pureza em puritanismo" (FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Editora Paz e Terra, 33º edição, p.16)

L.C.S.

Tuesday, May 09, 2006

Assassina da minha Vontade

Maldita mulher que nao me deixa ter vontade,
Mal-dita por mim e por todos que a desejam.
Maldito desejo que assassina minha razao.

Em cada canto uma dor
Depois da banda passar*

O tesao que me tira a escolha e me faz escravo-homem
o prazer de nao escolher e se entregar
o destino que me mata e faz nascer o simples-homem.

Tórax de Superman
E coração de poeta**

Sò uma imagem me porta a odores e vibraçoes
Sò uma lembrança me faz trair decisoes
Sò um devaneio me faz mais-fraco

Ser artista
Na cidade
É comer um fiapo
É vestir um farrapo***

O prazer é meu,
A dor é minha
O fraco sou eu.
O desejo é meu, meu càrcere sublime.

Querida, estrela do meu caminho
Espinho, cravado em minha garganta, garganta****

por fim eu faço sozinho,
me entrego sozinho,
O meu carrasco nao precisa saber
Aquilo que é pra mim.

* Chico Buarque - A banda
** Chico Buarque - A bela e a fera
*** Chico Buarque - A cidade dos artistas
**** Chico Buarque - A rosa

Thursday, May 04, 2006

Memórias de um Sapato

Quebrando paradigmas, aqui estou pra postar um texto em prosa ao lado de tantos poemas. Escrevi este texto como um trabalho de Redação, que pedia uma narrativa em terceira pessoa, sendo que o protagonista seria um sapato. Como esse não é o meu caso, deixei o cargo pro personagem Guigo Ventori. Espero que gostem!

Você talvez não acredite, mas um sapato pode ter uma boa história de vida pra contar. Não falo destes calçados que mal saíram da fábrica, mas daqueles que, como eu, passaram mais de dez anos a serviço de seus donos. Bem, já que você começou a ler, vou lhe contar minha história.

Meu primeiro dono se chamava Francisco Festare e era um dos penetras mais bem-sucedidos que já conheci. Ele fazia parte de um grupo de quatro amigos advogados que se divertiam indo a festas sem terem sido convidados. Entrei nessa história há mais ou menos quatorze anos, quando o Chico me comprou (junto com meu irmão gêmeo, Carlos Cadarço) numa loja de artigos importados.

Como pude ver, meu dono e seus amigos jamais entravam de penetras numa festa sem antes estarem preparados, sabendo os nomes dos anfitriões e suas histórias mais interessantes (para uma boa conversa). O preparo era dispendioso, mas o grupo sempre saía lucrando: além dos doces e do champanhe (só tinham como "alvo" festas de casamento e despedidas de solteiros de classe), os amigos sempre curtiam namoros que terminavam numa cama de casal. Eu não chegava a presenciar a coisa toda, porque seria indiscreto da minha parte e, além disso, o que realmente me atrai nas mulheres são suas belas sandálias de festa.

A farra durou até meados de Julho de 2005, mês em que meu dono foi àquela que seria sua última festa de penetra. Foi nessa que conheceu Melissa, seu primeiro par a quem foi realmente fiel. No dia seguinte à festa, o velho amigo Chico percebeu que aquela mulher tinha "algo mais", que era diferente das outras. Assim, o namoro se tornou oficial e levou a casamento. Como bom namorado, meu dono prometeu à Melissa que não iria de penetra a outra festa enquanto o amor deles vivesse.

Em sua despedida de solteiro (seu fiel grupo de amigos estava lá), ele me pendurou em seu pára-lama antes de sair para a lua-de-mel. Infelizmente, acabei caindo no meio da estrada, onde passei alguns dias tentando conversar com uma vaca.

Por sorte, fui encontrado por um andarilho muito simpático, chamado José Matheus do Alambique. Ele não parecia estar em seu perfeito juízo, mas passamos horas conversando e ele me levou para sua casa. Espero que meu irmão, o Chico e sua esposa estejam felizes, porque eu estou: conheci um par de sandálias havaianas que são "pra casar"!

Abraços a todos.

Tuesday, May 02, 2006

Desafogo

não sou de textos de desabafo, mas perdão, esse escapou.

E essa moça que não sai da minha cabeça...
Perdi o sono, perdi o juízo e a sobriedade
Joguei o livro, joguei o disco e a coberta
Lavei o corpo, lavei a mente e a alma
Escrevi, Cantei, Sambei, Pulei, Gritei, Bebi-Fumei e
Essa moça que não sai da minha cabeça...
Que me gira, me torce, me lança, me SACANEIA e não me deixa dormir.
Que eu busco no fundo da garrafa e na ponta acesa do fumo, que levanta meu lençol, que vem de noite me tirar do colchão, e que me faz desvairar minutos ou horas a fio...

O sofá parece tão largo, o céu tão limitado, as estrelas tão finitas e a lua... ah!
mera lua...

E essa moça que não sai da minha cabeça...
Vejo sol, manhã, prédios, rua, areia, mar, mulheres, nuvens que parecem navios, areia, mulheres, ondas, tarde, mulheres, nuvens sem forma, areia, pôr-do-sol, aves, estrelas, lua (mera lua), rua, prédios e
Essa moça que não sai da minha cabeça...
Maldita mulher, que me faz escrever sem forma, sem revisão e responsabilidade
Maldita seja você, que me alheia de tudo, que me faz pulsar acelerado, que me faz passional, me faz bobo, me faz ingênuo
Xinguei, Bravei, Esperneei, Bufei, Fudi, Bebi-Fumei e
Essa moça que não sai da minha cabeça...

Maldita seja a doce mulher com quem sonho.