Monday, January 01, 2007

O Arcanjo Curitibano - Capítulo V

V - Isabel

Não sei dizer, bem certo, o quanto é linda a menina
da qual estou perto,
não sei dizer o quanto é duro não dizer tudo quanto quero.

Me estagna, o teu encanto.
As palavras fogem de espanto,
O peito palpita a canção, se esquecendo do pranto
e da mentira que se mistura ao medo.
Caminho no beco, contra o vento;
pelejo contra o próprio coração, largo mão,
carece não, de tanto enredo.

Com cuidado e afeição,
misturo o absurdo em poesia
a amor e chimarrão.

Tomo um gole de juízo, enxergo à minha volta
o ruído que bate à porta,
a pedra de granizo que cai torta.
Lembranças, lástimas, lágrimas de tinta que escorrem nessa folha morta.

Quero-te tanto que retorna o pranto;
voltam a lampejar os raios; risos rápidos, soltos, sinceros;
excessos bitolados; teu sorriso, solto, suave, perfeito e
esmero.
Do meu lado cinzento, tu somes, açoitando a compaixão.
Desorientada, bela e mais nada...

"Oxee", mistura equivocada
de prosa e violão com embriaguez apaixonada,
flores cor-de-rosa, cachaça de bom-senso,
"síndrome de daqui a pouco" e razão desnorteada.

Vinícius Andrade Vieira

(não sou eu)