O Arcanjo Curitibano - Capítulo II
II - O outro lado da moeda
Eu amo Curitiba, Curitiba é minha pátria; no centro dessa província eu vejo o relógio das flores circuncidado pelo vento gelado, no vão das pessoas apressadas de cara amarrada, fechadas no seu mundo, assustadas pelo medo de si mesmas, medo que assombra a escuridão da rua, a sombra das araucárias.
Que olhar romântico este, não se pode esquecer da imundice mais para baixo, das praças que, dos velhinhos, passo a passo, foram tomadas pelos marginais. Logo acima, os aristocratas, "panacas", suspiram a fraqueza de seus atos, sua felicidade podre, sua mediocridade estampada na fachada de sua moral (aparentemente superior) vazia. Transitam a ilha, saem de seus apartamentos de luxo na Alameda Dom Pedro e entram nos bares da rua de tantos nomes, famosa Avenida Batel, enquanto as filhas dos senhores (repletos de verdades prontas, conceitos éticos superficiais, primordialmente estéticos; semelhantes aos maginais em matéria de alcalóide) comprovam a tese para a qual este texto todo serve: "o que os olhos não vêem, o coração não sente".
Em tempo tão moderno, tempo de expressão libertina, pode-se dizer claramente, em tom rude e sucinto: "se aos olhos de papai eu sou um anjinho, pelas costas eu minto, apronto e 'sacaneio' à vontade, e 'sacaneio' mesmo, no sentido real do termo".
Eu amo Curitiba, Curitiba é minha pátria; no centro dessa província eu vejo o relógio das flores circuncidado pelo vento gelado, no vão das pessoas apressadas de cara amarrada, fechadas no seu mundo, assustadas pelo medo de si mesmas, medo que assombra a escuridão da rua, a sombra das araucárias.
Que olhar romântico este, não se pode esquecer da imundice mais para baixo, das praças que, dos velhinhos, passo a passo, foram tomadas pelos marginais. Logo acima, os aristocratas, "panacas", suspiram a fraqueza de seus atos, sua felicidade podre, sua mediocridade estampada na fachada de sua moral (aparentemente superior) vazia. Transitam a ilha, saem de seus apartamentos de luxo na Alameda Dom Pedro e entram nos bares da rua de tantos nomes, famosa Avenida Batel, enquanto as filhas dos senhores (repletos de verdades prontas, conceitos éticos superficiais, primordialmente estéticos; semelhantes aos maginais em matéria de alcalóide) comprovam a tese para a qual este texto todo serve: "o que os olhos não vêem, o coração não sente".
Em tempo tão moderno, tempo de expressão libertina, pode-se dizer claramente, em tom rude e sucinto: "se aos olhos de papai eu sou um anjinho, pelas costas eu minto, apronto e 'sacaneio' à vontade, e 'sacaneio' mesmo, no sentido real do termo".
3 Comments:
é, acho q vou tentar inventar um arcanjo carioca! rs só q ele vai falar de praia, samba e mulheres rs
(arcanjo pode falar de mulheres n pode?)
pode! arcanjo é uma mistura de inteligência e vontade, acho. curte a vida!
Posso estar enganado, mas senti um tom de julgamento muito forte. Será que cairemos em um pedido de ética puritana? Espero que não, mas se for tudo bem. rs.
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